Tocantinópolis tem uma história que envolve missionários religiosos e já alcançou sucesso econômico no século XIX, quando integrava a rota que ligava Goiás e o Norte do país. O babaçu foi um dos primeiros produtos explorados.
As belas paisagens, terra fértil – repleta da palmeira babaçu –, e a visão panorâmica do Rio Tocantins atraíram os primeiros habitantes para
Tocantinópolis, por volta do ano de 1818. Era na época do transporte fluvial pelo Rio Tocantins, quando a cidade exportava o babaçu, pele de
animais e cereais. O município também abrigou missão jesuíta para catequizar os índios Apinajé, que ainda hoje vivem numa aldeia local.
Povo Apinajé:
Apinayé ou Apinajé não é autodenominação do grupo, porém é atualmente a forma com os quais se designam e são designados pelos demais grupos Timbira e por seus vizinhos regionais. No vocábulo Timbira Oriental, o sufixo yê/jê assinala coletividade. Curt Nimuendajú fornece outras designações para o grupo, todas elas derivadas do termo hôt ou hôto entre os Timbira Orientais, que significa “canto” e se refere ao território tradicional dos Apinajé localizado no “canto” formado pelo Araguaia e Tocantins, região conhecida como Bico do Papagaio. Como as demais sociedades Jê que habitam o Brasil Central, os Apinajé têm em comum uma sofisticada organização social composta por vários sistemas de metades cerimoniais e grupos rituais, assim como aldeias relativamente populosas. São predominantemente caçadores-coletores, praticando – antigamente mais do que hoje – apenas uma horticultura centrada em tubérculos.
Os Apinajé habitam uma área demarcada próximo ao município de Tocantinópolis, distribuídos em 7 aldeias. Sobrevivem da caça e da agricultura. Ainda mantêm boa parte de seus rituais ancestrais, especialmente na época de colheita, que acontece no verão.
Localizado na TO 126: que liga os municípios de Tocantinópolis e Itaguatins, passando por Maurilândia, seccionando no sentido norte-sul todo o território em seu lado leste; ao longo de seu eixo estão localizadas as aldeias do PIN Apinajé (Mariazinha, Botica, Riachinho e Bonito); e na TO 134: do município de Anjico ao entroncamento da BR 230, seguindo até Tocantinópolis, sendo, em um trecho, limite sul da área.
A tradicional Praia da Santa, em Tocantinópolis, é um dos pontos turísticos mais procurados do Estado para quem gosta de praia e de sossego para curtir o verão com a família e os amigos. A praia também faz a alegria dos moradores da cidade vizinha, Porto Franco, no Maranhão, além de pessoas que vêm anualmente de outros estados. Abençoado por Nossa Senhora dos Navegantes, que tem um pedestal com sua estátua no centro da ilha, este recanto é um privilégio da natureza. A travessia para as areais brancas da ilha é feita em voadeiras e em barquinhos de modelos antigos com cores fortes, que transportam os visitantes à praia com preços tabelados. A estrutura do local também conta com barracas de comida, banheiros químicos, área de esportes, camping, palco para shows e guarda-vidas.
Fundamentada no Cristianismo, a cidade edificou a Catedral de Nossa Senhora da Consolação, a primeira a ser tombada como patrimônio cultural do Tocantins e é onde está sepultado o padre João de Sousa Lima, e o Seminário Menor LeãoXXIII. Construído entre 1955 e 1960 e que já formou várias turmas de padre, inclusive o Padre Josimo Tavares, reconhecido nacionalmente por defender os trabalhadores rurais. A região também formou e recebeu visitas de importantes sacerdotes, tal como os sacerdotes italianos Carmélio de Gregório, Dom Cornélio Chizzini (Primeiro Bispo da Diocese) e Quinto Tonini.
A cidade foi palco de muitos movimentos políticos, em torno do poder local, Durante a República Velha (1889-1930). A primeira envolveu os coronéis Carlos Gomes Leitão e Francisco Mendes Maciel Perna, entre 1891 e 1895. O segundo embate ocorreu entre 1907 e 1912, com o coronel Leão Lêda e o padre João de Sousa Lima. No episódio conhecido como “Revolta da Boa Vista”, Leão Leda tinha se apoderado de fazendas na região, expulsando seus donos. Insatisfeito, o padre começou a atacá-lo durante suas homilias, ao que Leão Leda foi tirar satisfação com o padre. Após ser aquartelado por Leão Leda, o padre foge para Porto Franco (MA) e prepara uma ofensiva contra Leão Leda, matando 22 dos jagunços deste. Amotinado, Leão Leda prometeu não se envolver com política e fugir para Conceição do Araguaia (PA).
A terceira rebelião eclodiu na década de 1930. Por temer a democracia em meio a ditadura Vargas, o padre determinou que na cidade só poderia entrar quem ele autorizava e os que desobedeciam esta ordem eram enxotados para o Estado do Maranhão. Porém, nas eleições de 1936, o candidato do padre para prefeito perdeu para Manoel Gomes Cunha, o “Manoel Paraibano”. Por serem adversários, o padre retirou-se para o interior do município e, em seguida, com cerca de 200 homens armados tomou a prefeitura e todas as autoridades fugiram. Nos dois primeiros embates, conta a historiografia, que morreram muitas pessoas. Após essas revoluções, o padre se tornou conhecido, ganhou credibilidade e foi temido até pelos revoltosos da Coluna Prestes.
A cidade é terra de antigos conhecidos da política goiana, tais como Darcy Marinho, que foi o fundador da União Democrática Nacional em Tocantinópolis e um dos primeiros a fazer a navegação fluvial com barcos motorizados pelo Rio Tocantins. É terra também de escritores como Aldenora Alves Correa, Belinha Neves, Padre João de Sousa Lima, Darcy Coelho, Pedro José Cipriano, Francisco Queiroz e José Carneiro de Brito. É a terra também do Tocantinópolis Esporte Clube, um dos principais times do Tocantins. Criado em 1989, o Verdão do Norte foi campeão em três Campeonatos Tocantinense: 1993, 2002 e 2015. É também dos Apinajé, que habitam uma área demarcada próximo ao município de Tocantinópolis. Na região, há 2.277 indígenas distribuídos em sete aldeias.
Levando em consideração as belezas naturais, o município é banhado pelo caudaloso e mítico Rio Tocantins e suas praias; conta ainda com os Balneários do Ribeirão Grande (Pedro Bento, Pedro Isaías, Cai N’água, Helaide, Santanna, etc), corredeiras do Rio Mumbuca e a Cachoeira do Trevo.
Tocantinópolis congrega ainda as festividades relacionadas à religiosidade e cultura de seu povo. Como exemplos das manifestações artístico-culturais, podemos citar a “Procissão das Águas”, festividades fluvial em comemoração à padroeira da cidade, Nossa Senhora da Consolação, realizada em agosto pela Diocese juntamente com a Prefeitura; a “Festa dos Mortos” dos indígenas Apinajé, que faz parte do Calendário Oficial de festas do Estado, essa última reverencia os mortos com corridas de toras, corridas de flechas, cantorias, choros, cortes de cabelo e danças em memória aos falecidos. Além disso, há ainda o tradicional “Arraiá da Alegria”.
Fonte: Tocantinopólis.