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Evento reúne mais de 760 estudantes-atletas indígenas de 35 unidades escolares
Competições tradicionais dos povos indígenas do Estado, como arco e flecha, luta corporal, natação e corrida de resistência, abriram a série de disputas da 2º edição dos Jogos Escolares Indígenas do Tocantins (Jeits), na Praia da Graciosa, em Palmas, na manhã desse sábado, 30. O evento, promovido pelo Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), reúne mais de 760 estudantes-atletas indígenas de 12 a 17 anos, de 35 escolas, representando 7 povos do Estado: Apinajé, Karajá-Xambioá, Krahô, Javaé, Karajá, Krahô-Kanela e Xerente.
A cerimônia de abertura, com a participação de todas as comunidades indígenas, será realizada neste sábado, às 19 horas. As competições ocorrerão até segunda-feira, 2 de outubro. São 11 modalidades em disputa: Arco e flecha, Arremesso de lança, Luta corporal, Corrida de 100 metros rasos, Corrida de resistência 2.000 metros, Corrida de resistência 3.000 metros, Corrida com varinha 4×100 metros, Corrida com tora, Cabo de guerra, Natação e Futebol society.
O evento faz parte das comemorações dos 35 anos do Tocantins e é realizado com a finalidade de fortalecer a identidade cultural indígena, promover a socialização entre os povos originários, além de incentivar as práticas esportivas comuns entre as comunidades indígenas.
Na arena montada na praia da Graciosa, os estudantes e equipes de professores das unidades escolares manifestaram suas culturas e tradições por meio do esporte e também com pinturas corporais, adornos, cocares e expressões próprias da língua mãe de cada povo representado.
Caracterizado com as pinturas corporais do povo Javaé, o estudante-atleta Kahomana Wehaju Javaé, 16 anos, da Escola Estadual Indígena Ijawala, de Sandolândia, participou da luta corporal e do arco e flecha e destacou a importância desse momento de integração entre os povos. “É a minha primeira participação e estou muito satisfeito com o evento, muito organizado. É muito gratificante ver todos os povos reunidos para mostrar suas culturas e suas habilidades”, ressaltou.
Campeões dos Jeits
Neste sábado foram definidos os vencedores de duas provas, corrida e natação. Mariana Almeida Sotero Apinajé, 15 anos, da Escola Indígena Matyk, de Tocantinópolis, foi a campeã na corrida de resistência feminina, (1000 metros). “Me esforcei bastante para conquistar o primeiro lugar e terminei a prova muito cansada. Demorei para me recuperar. Mas foi muito bom. Estou muito feliz com essa conquista”, relatou. Analícia Apinajé e Juliana Apinajé ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente na prova feminina.
Na corrida de resistência masculina o vencedor foi Roberto Krahô, da Escola Estadual Indígena Xêpjaka, de Goiatins. Iltom Pohhi Krahô, da Escola Estadual Indígena Mangabeira, de Itacajá, ficou em segundo, e Marcos Aurélio Kwõwamri Xerente, da Escola Estadual Indígena Warõmekwa, de Tocantínia, em terceiro lugar.
Os três primeiros colocados na prova de natação feminina (50 metros) foram: Marisiru Hatawaki Karajá, da Escola Estadual Indigena Maluá, de Lagoa da Confusão; Irani Pejmkwyj Krahô, da Escola Estadual Indigena Xepjaka, de Goiatins; e Isabeti Krahô, também da Estadual Indigena Xepjaka, de Goiatins. “Gostei muito de participar dos Jogos. Estou feliz demais porque venci a prova de natação”, frisou Marisiru Karajá.
Já na prova masculina no lago de Palmas, o campeão foi Maycon Suwate Xerente, da Escola Estadual Indígena Wakomekwa, de Tocantína. Inyre Wesseheri Karajá, da Escola Estadual Indígena Maluá, de Lagoa da Confusão, terminou em segundo lugar; e João Carlos Kumri Xerente, do Centro de Ensino Médio Warã, de Tocantínia, em terceiro.
Professor da Escola Indígena Txuiri-Hina, de Formoso do Araguaia, Viviano Javaé levou 18 estudantes atletas para competir em todas as modalidades dos jogos. “Muito interessante essa ação do governo voltada aos jovens, que têm a oportunidade de interagir com outros povos. Eles ficaram encantados ao ver as manifestações de outras culturas, dentro do próprio estado. Valoriza as nossas tradições”, pontuou.
Edição: Thâmara Cruvinel
